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UP Entrevista: Diretor Técnico do Serviço de Limpeza Urbana do DF, Paulo Celso dos Reis

Foto: André Borges / Agência Brasília

06/03/17

O Lixão da Estrutural envergonha brasilienses: no ranking mundial, perde apenas para o de Jacarta, Indonésia, e ganha dos países latinos, segundo a Associação Internacional de Resíduos Sólidos (ISWA). Para amenizar o cenário, o Governo do Distrito Federal (GDF) lançou o primeiro aterro do Brasil a receber exclusivamente rejeitos – quando mesmo após passar por tratamento, o lixo não pode ser reinserido no processo produtivo.

UPSA – O Aterro Sanitário de Brasília está funcionando?

Paulo Celso dos Reis – Sim, foi inaugurado em janeiro e está recebendo 1/3 dos rejeitos. Os outros 2/3 de resíduos, que é todo o material retirado da lixeira, permanecem no Lixão da Estrutural. Como dois mil catadores dependem da renda do Lixão, essas pessoas serão mantidas lá até que os centros de triagem estejam prontos para recebê-las. Passamos por um ano de transição e ofereceremos três tipos de capacitação. O primeiro para catadores de cooperativas, que vão ter a rotina alterada porque atuarão nos prédios dos centros, com horários e equipamentos de proteção individual para trabalhar. O segundo tipo será para catadores autônomos, vamos mostrar que é melhor atuarem em cooperativas porque juntos eles têm mais força. A última é para quem não quer mais atuar nessa profissão, vamos oferecer cursos como de mecânico, construção civil e está prevista para começar em março.

UPSA – Como o Aterro beneficia a área de transbordo de Sobradinho?

Paulo Celso dos Reis – Essa estação recebe lixo de Sobradinho, Planaltina, da Fercal, do Itapoã e Paranoá. Duas cooperativas de material reciclável atuam nessa área, então há uma certa triagem que classifica o resto como rejeito. A partir de agora economizaremos recursos, pois antes era necessário fazer quatro viagens com o caminhão compactador.

UPSA – Quando ocorrerá o encerramento do Lixão da Estrutural?

Paulo Celso dos Reis – Até junho de 2018, prazo acordado com o GDF. O encerramento depende da conclusão do Aterro; de se ter local de trabalho para os catadores, pois não podem mais atuar diretamente no Aterro senão vira outro lixão; e da conclusão dos sete centros de triagem licitados para receber resíduos da construção civil, que hoje são 5 mil toneladas.

UPSA – E a situação da coleta seletiva? Adianta separar o lixo seco do molhado, se depois tudo é misturado no caminhão?

Paulo Celso dos Reis – O serviço de coleta seletiva funciona em 14 Regiões Administrativas (não há em Sobradinho) e estamos licitando novos contratos para atender todo o DF no segundo semestre. Temos também usinas de compostagem na Asa sul e Ceilândia. Mesmo que ainda não exista coleta seletiva onde você mora, o hábito de separar o material orgânico do reciclável ajuda no ciclo e facilita o trabalho dos catadores, que vão perceber que o saco do orgânico é mais leve e nem vão abrir.

UPSA – Como funciona a Instrução Normativa nº 89 do SLU, que trata da coleta e do transporte dos resíduos pelos responsáveis por eventos em áreas públicas?

Paulo Celso dos Reis – A Lei de Grandes Geradores de Resíduos Sólidos vale para o setor privado, não atingindo as residências. Entrará em vigor em março e o seu monitoramento será realizado pela Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis).

*Matéria publicada na 19ª edição do Jornal Nosso Bairro

Ascom UPSA

 

 

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