04/01/16
Investimento de R$ 465 milhões beneficiará cerca de 600 mil pessoas
A Caesb obteve do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) a licença de instalação do Sistema Produtor de Água do Paranoá. Com isso, as obras de implantação desse sistema, que estão em fase final de licitação, poderão ser iniciadas. O novo sistema do Paranoá deverá abastecer aproximadamente 600 mil pessoas nas regiões de Sobradinho I e II, Planaltina, Itapoã, São Sebastião, Lago Norte e condomínios da região norte, inclusive o do Grande Colorado. Serão investidos cerca de R$ 465 milhões por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
A alternativa de utilizar o Lago Paranoá como fonte de abastecimento de água começou a ser estudada no ano de 2005, quando a Caesb atingiu a vazão de captação de oito metros cúbicos por segundo em dois de seus principais sistemas — Rio Descoberto e Santa Maria/Torto — e o crescimento demográfico já apontava para um aumento significativo de demanda futura. A Companhia estudou diversas possibilidades e optou por três: a de Corumbá, que está em construção e terá capacidade inicial de 2,8 m³/s e de 5,6 m³/s, numa segunda etapa; a do ribeirão Bananal, que será colocada em licitação novamente em 2016, com capacidade para até 0,75 m³/s; e a do Lago Paranoá, que poderá captar 2,1 m³/s, inicialmente, e até 2,8 m³/s em uma segunda fase.
O projeto da Caesb prevê a construção de uma captação próxima à barragem do Paranoá, uma Estação de Tratamento de Água (ETA) no Parque Bernardo Sayão, além de 44,5 quilômetros de tubulações para transportar água. Nove reservatórios serão construídos ou ampliados nas cidades de Itapoã, Paranoá, Colorado, Sobradinho, Lago Sul, Jardim Botânico, São Sebastião, Mangueiral e Tororó.
O Lago Paranoá foi formado artificialmente pelo represamento dos cursos de água do Riacho Fundo e dos ribeirões do Gama, Bananal, Torto e Cabeça de Veado, ocupando uma área de 38 km², com média de profundidade de 13 metros. Ele passou por um importante processo de despoluição, conduzido pela Caesb a partir do final dos anos de 1970 e, três décadas depois, estava completamente despoluído. A partir daí, a companhia pode completar os estudos para utilização da água do lago como fonte de abastecimento.
O projeto não comprometerá o nível do espelho d’água do lago. De acordo com o presidente da Caesb, Maurício Luduvice, o limite estabelecido para captação foi analisado e aprovado pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pela Adasa. “Os usos múltiplos do lago não serão afetados. A população continuará a utilizá-lo para atividades de lazer, pesca e prática esportiva e náutica”, garante Luduvice. Segundo ele, o prazo estimado de obras é de aproximadamente três anos e, dessa forma, a captação deve começar em 2018.
Fonte: Caesb