29/01/14
Os condomínios que estão em processo de regularização no Distrito Federal seguem com uma importante questão em aberto: a legislação que permitiria a permanência de muros e guaritas foi derrubada pela Justiça mais uma vez. Foram duas derrotas em menos de um ano. Em 2013, o Conselho de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) declarou que a proposta enviada pelo Executivo possui vício formal. Apesar da insegurança jurídica, a questão não chega a tirar o sono dos síndicos e moradores.
No condomínio Recanto Real, por exemplo, os muros já estão instalados há 13 anos juntamente com a guarita. O síndico, Antônio de Almeida Júnior, acredita que um muro que já está instalado há tanto tempo não será demolido. “Se de fato isso acontecesse, as pessoas iriam se mobilizar e procurar seus direitos. Querendo ou não, a existência do muro passa essa sensação de segurança para o morador”, explica o síndico.
A aposentada Elba Pelônia é favorável à manutenção dos muros. Moradora do Jardim Europa II, ela acha que perderia sua liberdade. “Se tirarem os muros, não conseguiria continuar com minhas caminhadas ou aproveitar as várias opções de lazer que temos”, diz. A conselheira Fiscal do Jardim Vitória, Dalva, também não concorda com a derrubada dos muros e lembra que os moradores arcaram com todas as despesas da construção. “É uma questão de segurança. O condomínio aqui é pequeno, não vamos impedir ninguém de entrar ou sair, basta se identificar”, explica.
Na mesma região, há condomínios que não possuem muros ou guaritas. E entre os moradores desses locais a opinião é bem diferente. O comerciante João Antônio da Silva mora há 10 anos no Condomínio Beija-Flor e acha que, no final das contas, o muro sozinho não garante a segurança de ninguém. “Quando eles querem roubar, não tem muro ou grade que segure. O que precisa é ter mais policiamento”, lembra. O motorista Joseliton Andrade Silva acredita que a retirada dos muros dos outros condomínios mudaria a cara da região. “Aqui, por exemplo, tem uma grande área verde onde todo mundo poderia fazer caminhada, mas não tem como porque está dentro da área de um condomínio fechado e só os moradores de lá tem acesso”, argumenta.
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