23/04/15
A Urbanizadora Paranoazinho vai cercar as áreas da Reserva Biológica (Rebio) da Contagem mais suscetíveis a riscos ambientais, que ficam próximas à ocupação urbana. Serão implantadas aproximadamente 2.100 metros de cercas, com trechos de arame farpado e de arame liso. O cercamento, que custará entre R$ 65 e R$ 70 mil reais, deve começar após o período chuvoso, na segunda quinzena de maio ou na primeira de junho. A UPSA também vai refazer portões e passagens, colocar novos cadeados, com códigos de segurança, e instalar algumas placas de sinalização.
“De acordo com a bióloga e coordenadora de estudos ambientais da UPSA, Mirella Ritter, o cercamento da Rebio da Contagem vai trazer benefícios para a população e para o meio ambiente. Ao estabelecer limites de acesso, o cercamento protege a Reserva Biológica da entrada não desejada de pessoas e veículos, por exemplo, que podem causar degradação ao meio ambiente. O arame farpado inibe a entrada, na Reserva, de animais domésticos e a saída de animais silvestres, de médio e grande porte. Ela também comenta que, ao cuidar das bordas da Rebio, evitam-se processos de invasão urbana irregular.
O cercamento da Rebio da Contagem foi uma das condicionantes da Licença Prévia Ambiental, expedida pelo Instituto Brasília Ambiental (IBRAM) em novembro de 2012. A Licença Prévia foi a primeira etapa do licenciamento ambiental da Fazenda Paranoazinho e permitiu o avanço da regularização. Como a UPSA está em dia com as ali obrigações previstas, foi possível a emissão da Licença de Instalação do Grande Colorado, que por sua vez permitiu a regularização do Vivendas Friburgo em novembro do ano passado.
Cercar áreas da Reserva é uma das contrapartidas exigidas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), unidade gestora da Rebio. “Na verdade, pela licença poderíamos deixar para fazer o cercamento daqui a alguns anos, mas em conversas com o ICMBio concluímos que seria importante antecipá-lo. Nossa orientação na UPSA é de sempre colocar a qualidade de vida e o meio ambiente em primeiro lugar”, disse a bióloga Mirella Ritter sobre a iniciativa.
A implantação das cercas vai auxiliar também no Programa de Combate a Incêndio em Áreas Naturais (PCIAN), do Plano Básico Ambiental da UPSA. O PCIAN, que deve ser iniciado em maio deste ano, traça um conjunto de ações preventivas e de monitoramento dos incêndios em áreas naturais, com foco na Rebio. “Pelo fato de não ser de madeira, a nossa cerca é mais resistente a eventuais incêndios e tem maior facilidade de manutenção”, comenta Mirella. Segundo ela, o cercamento favorece a execução de ações de combate ao incêndio de forma mais concreta, já que delimita áreas e serve como parâmetro e ponto de referência.
O soldado do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal Leonardo Gomes afirma que o cercamento a ser feito pela UPSA, pela proximidade com a área urbana, diminui o surgimento de incêndios internos iniciados pela poluição com cigarros e garrafas. Ele, que já participou de cerca de 50 ações de combate a incêndio em áreas ambientais do DF somente no segundo semestre do ano passado, diz que o limite imposto pela cerca é benéfico. “Sem dúvida, isso (as cercas) tem reflexo na diminuição do surgimento de incêndios por ação humana.”
A Reserva Biológica da Contagem, com área aproximada de 3.500 hectares, possui pontos de captação de água que abastecem regiões de Sobradinho. A Rebio protege grandes áreas que são de encostas, áreas sensíveis a processos erosivos, auxilia no microclima da região e, segundo informações do ICMBio, serve como habitat para espécies ameaçadas, como Tamanduá-bandeira e Tatu-canastra . Além disso, a Reserva propicia a formação de um conector ecológico entre o Parque Nacional de Brasília e a Bacia do Rio Maranhão, sendo “corredor” de passagem de animais, por exemplo.
Fonte: Ascom UPSA