05/05/13
Muito se questiona a responsabilidade do poder público sobre a questão do lixo nas grandes cidades. É do conhecimento de todos que faltam políticas e programas eficientes tanto para a gestão dos resíduos sólidos quanto para a coleta seletiva.
Vale lembrar que o problema do lixo é de todos, como explica a professora da Universidade de Brasília, Maria Vitória Ferrari. “Ainda temos um grande caminho a percorrer. Muitas pessoas não conseguem sequer jogar o lixo na lixeira ou separar os materiais recicláveis. Parece absurdo, mas é a realidade”, conta.
Mesmo na capital federal, não é difícil encontrar lixo nas quadras do Plano Piloto ou nas regiões administrativas. “Isso acaba gerando mais custos para o governo que precisa investir cada vez mais na limpeza urbana”, completa.
O poder público tem sua grande parcela de responsabilidade, mas as pessoas também precisam fazer sua parte como não jogar o lixo no chão. “Se as pessoas não se sensibilizarem, não tem como qualquer política de governo, funcionar”, destaca Maria Vitória.
Várias iniciativas mostram que a população já está mais consciente e quer colaborar para uma coleta seletiva eficiente, por exemplo. Mas ainda é pouco. O poder público tem papel fundamental nesse cenário. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada pelo governo federal ano passado, é um primeiro passo, que pode ser considerada um grande avanço. “Esse projeto ficou mais de 20 anos em negociação antes de ser aprovado. O assunto num foi prioridade, é complexo e gera muitos custos, quem vai pagar essa conta?”, questiona a professora. Para ela a política é muito importante, mas só com a mudança dos hábitos um novo sistema funcionará. E isso leva muito tempo.
A professora Maria Vitória atua como vice-presidente do LACIS (Laboratório do Ambiente Construído Inclusão e Sustentabilidade), uma das unidades acadêmicas responsáveis pelo um site chamado “Observatório de resíduos” para discutir práticas e soluções para o problema do lixo. Para conhecer o projeto clique aqui.