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Se me chamar, eu vou…

07/02/18

Como diz o velho ditado, o ano só começa depois do carnaval. Fevereiro chegou, e a maior festa de rua do mundo vem se aproximando, trazendo a alegria, a dança e o glitter, esse último te acompanhando até 2019. Brincadeiras à parte, o carnaval também é uma das festas que mais arrecada dinheiro e movimenta a economia. Dentro desse cenário da festa tradicional, Brasília vem aparecendo, ano a ano, com o crescimento do festejo na capital e em todo DF.
A marca do carnaval de Brasília é a variedade musical. Uma cidade habitada por pessoas do país inteiro, que trouxeram na bagagem a cultura local de cada canto do Brasil. Samba, axé, frevo e reggae estão entre os ritmos que embalam os bloquinhos durante a festa. O rock, ritmo característico da região, também tem seu espaço, sendo talvez um dos principais símbolos da cultura brasiliense.
O sucesso do carnaval de Brasília é algo que pode ser demonstrado em números. De acordo com a Secretaria de Cultura do DF, entre os anos de 2015 e 2017, “o número de foliões nos blocos e festas da capital aumentaram de 370 mil pessoas para aproximadamente 1,5 milhão”. A estimativa para o carnaval deste ano é que esse número ultrapasse a casa dos 2 milhões de pessoas pulando pelas entrequadras do Plano Piloto e nas demais cidades de todo o DF. Ainda de acordo com o órgão, durante o período, houve um crescimento de 405%. A festa saiu da posição de carnaval local para assumir o título de quinta maior festa do país, ficando atrás apenas de Salvador, Rio, Recife e São Paulo.
Em 2018, mais de 136 blocos estão cadastrados para o carnaval 2018. A Secretaria de Cultura informou que esse número pode aumentar, pois ainda não foram mapeados os blocos de todas as Regiões Administrativas do DF. O cadastro não significa que o bloco sairá, pois depende ainda da entrega de documentação e do alvará emitido pelo governo.
O GDF informou que na edição atual da festa, foram investidos um total de 6,4 milhões. Dentro desse recurso, R$ 950 mil serão destinados à realização do Brasília Samba Show, um evento com as seis escolas de samba do grupo especial. A maior parte do investimento será direcionada para estrtutura e programação dos blocos.

Turismo

O turismo é outro fator importante que tem contribuído para o crescimento acelerado do carnaval da capital. A Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer do DF espera, aproximadamente, 24 mil turistas na cidade trazidos pela festa. De acordo com a assessoria do órgão (para o DF), “isso representa um impacto econômico de R$ 27 milhões. A ocupação hoteleira média também tem aumentado durante o período do carnaval. A expectativa para 2018 é que alcance 30% de ocupação”, diz a nota.
O designergráfico Guilherme Borges é um dos turistas que escolheu Brasília para curtir o carnaval deste ano. Natural de Niterói, no Rio de Janeiro, Guilherme trocou a folia carioca pela festa candanga. Como primeira vez na festa brasiliense, afirma que escolheu a cidade “por causa da insegurança no Rio de Janeiro. Os blocos daqui são ótimos e estou em um casamento a distância, então foi uma ótima oportunidade estar com ela e, ao mesmo tempo, curtir um carnaval do qual eu nunca presenciei”.
Guilherme conta também que ficou curioso em conhecer a festa a partir dos comentários dos amigos que moram no DF. “Pelo que eu já escutei, o carnaval de Brasília tem melhorado a cada ano”, comenta. O designer, que é fã de bandas de rock aqui da capital, não esconde a expectativa para a festa deste ano. Apesar da semelhança com o a folia carioca, para Guilherme o carnaval em Brasília “será inédito”, salienta.

Carnaval 2018 sem o Baby-Doll

Um dos maiores blocos do carnaval de Brasília, o Baby-Doll de Nylon, anunciou em janeiro a sua ausência no carnaval 2018. De acordo com a assessoria do bloco, “Uma das maiores dificuldades que enfrentamos no carnaval de 2018 foi a falta de incentivos. No ano passado, reunimos 160 mil pessoas. Por isso, precisávamos de uma estrutura um pouco maior, e nem a Secretaria de Cultura nem o GDF nos deram essa opção neste ano”, informou o Babydoll de Nylon por meio da assessoria.
Outros blocos da capital também apresentaram reclamações em relação ao carnaval de 2018. A produtora cultural e articuladora do Coletivo dos Blocos Alternativos de 2018, Dayse Hansa, conta que vários grupos têm encontrado dificuldade de se comunicar com a Secretaria de Cultura do Distrito Federal e que, a menos de um mês para as festividades, o processo de seleção dos artistas que se apresentarão não inclui uma distribuição adequada.
“Para nós, não cabe pensar na organização de um evento como esse, a menos de 30 dias. Precisamos ter uma pré-produção com um tempo muito razoável. A nossa dificuldade com o GDF e, mais especificamente, com a Secretaria de Cultura, está na falta de diálogo, porque estamos sedentos de informações. As questões mais sensíveis são o horário para apresentação e a arbitrariedade do edital”, afirma Dayse.

Leia na íntegra essa e outras matérias da Edição 25 do Jornal Nosso Bairro

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